Python está “pronta para o mercado”

Recentemente li um artigo em um blog que se propunha a vender a idéia de que a pilha “J2EE/Java/Linux” seria a mais perfeita escolha para uma fábrica de software trabalhar.

Em certo momento do artigo o autor faz uma comparação da plataforma Java que usa quase que exclusivamente a linguagem Java com outras plataformas e/ou linguagens de programação. Neste momento ele explica porque Python não seria uma boa escolha:

…Python, apesar de ser mais moderna e poder ser compilada, não foge muito deste escopo também. Além disso, ambas (Perl e Python) não conseguiram uma aceitação comercial madura, e, não representando um investimento seguro a longo prazo, não devem ser escolhidas como estratégicas (sic) para a fábrica de SW de uma empresa, ou para um sistema complexo e de missão crítica.

Esse chavão “…não conseguiram uma aceitação comercial madura…” e suas variantes são sempre repetidas com veemência e numa quantidade extremamente alta. Acho que essas pessoas fazem isso pensando que se repetirem essa mentira ela talvez se torne verdade.

Se é verdade que não existe empresas do tamanho da Sun, Oracle e IBM que promovam Python da mesma forma que se promove Java também é verdade que existem muitas empresas que usam o poder de Python para concorrer com toda essa força bruta usada pelos javanistas.

A coisa funciona mais ou menos assim:

  1. você quer produzir software pra ganhar dinheiro.
  2. você pode escolher Java ou Python pra trabalhar
  3. os seus concorrentes já usam Java ha bastante tempo e estão mais adiantados no desenvolvimento de seus softwares
  4. se você escolher Java, você precisa do mesmo tempo que eles para desenvolver o seu software
  5. usar Python te torna mais produtivo1 e consequentemente você levaria menos tempo para alcaçar seus concorrentes e em pouco tempo ultrapassá-los.

Esse cenário já foi bem descrito por Paul Graham mas os atores envolvidos no tempo em que ele iniciou a empresa dele eram C++ (fazendo o papel da Java) e Lisp (fazendo o papel de Python).

A dica que eu daria para as empresas que produzem software é: prestem atenção em Python e experimentem-na. Eu garanto que depois de usá-la você vai querer mantê-la como “segredo de negócio” para seus concorrentes, algo como uma “arma estratégica” contra eles.

E se você não gostar de Python também pode experimentar Ruby porque com qualquer uma dessas você certamente produzirá muito mais e melhor do que usando Java/J2EE. E se isso não for verdade eu publico o seu case de insucesso aqui neste blog e dou o meu braço a torcer.

Por último: Cobol, Clipper e Delphi já foram as linguagens que todos diziam ser “maduras para o mercado”. Pense nisso.

1 Existem várias formas de comprovar essa afirmação mas todas elas são extensas demais para este blog. Convido os interessados a pesquisarem sobre essa afirmação na Internet ou com empresas que já assumiram publicamente que usam Python.